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Viagem Argentina - Parte II

Bom, nesses dias na Argentina aprendi a valorizar muitas coisas no Brasil, como a comida, falar no telefone e usar a internet. Sempre perdia um peso inteiro numa ligação que valia 25centavos. Sempre perdia meu mapa em algum lugar. Sempre esquecia a garrafinha de água, e por isso sempre tinha que gastar com água. Depois de passar um dia inteiro só comprando água, passei o segundo dia só pedindo água, em todos os lugares. Numa loja a mulher disse que tinha água para vender no bar da esquina. Praguejei horrores. Gastava milhões pra ficar segundos falando no telefone. Uma hora eu nem falei com a pessoa, mas ouvi uma mensagem dizendo que ninguém poderia atender e que eu podia deixar uma mensagem na secretária, tive que pagar um peso inteiro pra isso. Entreguei o 1peso ao homem com ódio no coração. Passei dias comendo coisas leves: bolacha de água e sal e bebendo água. Perdi 3kg. haha. Estava sempre caminhando, um pouco perdida, um pouco sabendo onde ia... E, pensei que ninguém estava sozinho por lá. Só eu. Todos tinham um namorado(a), família, amigos. Eu era a única sozinha na multidão. isso foi triste algumas vezes.
Dia 29 - continuação.
Depois do passeio pela recoleta, encontrei uns paraguaios muito simpáticos. Almoçamos e ficamos caminhando pela cidade até a hora que combinei de encontrar o Nicolas. Fomos a um teatro, para ver o ambiente né, já que a entrada seria muito cara, e nós não tínhamos tanto dinheiro... as seis horas me despedi dos meninos - pois é, esqueci seus nomes. infelizmente, porque eles disseram que eu poderia ficar na casa deles quando fosse pro Paraguai! haha - e fui na praça das malvinas (acho) nas bolas de natal para esperar o Nico. Que não chegava nunca. Fui no seu trabalho, para ver o que havia acontecido, e, eis que ele estava numa reunião, por isso demorou quase uma hora a mais que o programado. Fomos pra casa. Não lembro o que fizemos depois, provavelmente fomos dormir, porque nós dois estávamos (sempre) muito cansados.
Dia 30. Nicolas não precisou ir trabalhar, mas ficou trabalhando em casa. Enquanto eu queria que ele me desse atenção, para que fizéssemos algo produtivo. Entre obrigações do trabalho dele, nós praticamos tango,  dançamos quarteto, eu até comi uma salada de cenoura e alface e carne. Eu nunca como vegetais. Mil horas depois, quando finalmente ele terminou o que tinha a fazer, fomos nadar na piscina. Mas aí o sol já estava indo e já nem era mais tão legal. Fomos nos encontrar com Amelie, Marion e sua amiga Dorothee e seu namorado Ben, na casa de Bernardo, para tomar um sorvete na melhor sorveteria da Argentina. Sorvetes Artesanais Freddo. Melhor não há. Claro que o preço é bem bonito também. Exemplificando: um pote com 3 sabores custa aproximadamente 25pesos, o que dá quase 10reais (pode saber um pouco mais clicando aqui). Ou seja, geralmente a gente não toma esse sorvete. Combinamos de passar o Reveillón na casa do Nicolas, nós dois mais nossos quatro amigos. Voltamos pra casa a pé, e fomos dormir.
Dia 31. Acordamos tarde, fomos no mercado comprar mantimentos para a janta. Decidimos fazer carne e um bolo, e comprar espumantes. Fizemos o bolo, a carne e esperamos chegar nossos amigos, com mais comida e mais bebida! E ouvimos música e dançamos. E chegou a hora da contagem regressiva. Pela primeira vez, passava o ano novo em um lugar desconhecido e com pessoas quase amigas. Foi divertido.
Dia 1-1-11. Tinha que ir embora, porque chegaria outra menina para ficar na casa do Nicolas. Arrumamos a casa da bagunça do dia anterior e depois que Micheline chegou, fomos passear no Caminito/la boca. Me diverti muito com Micheline, apesar do Nicolas ter dito que não gostou dela. Não entendi porque ele não gostou da garota, tão tranquila e simpática. Acho que ele deve ter algum problema... Lá pelas oito horas fui a casa do professor de tango, me despedi de micheline e nicolas e depois de andar um pouco cheguei a rua Virrey Loreto, XX, Colegiales. A casa do professor de tango. A noite iríamos a um baile de tango.
O lugar era o mais estranho que poderia existir. Imagine: uma pista de dança ao centro, com mesas e cadeiras nas extremidades. mulheres sentavam de um lado e os homens de outro. alguns casais estavam juntos, mas isso era exceção. Dancei com alguns caras velhos, mas nada de orgulhoso, porque eu não sei dançar tango, e eles dançam de uma maneira muito esquisita. Bom, consegui dançar direitinho com um senhorzinho de uns 80 e alguns anos, que só dava uns passos pra trás e pro lado, que se eu não conseguisse dançar com ele, eu dava um tiro no meu pé. Mas aí apareceu um tipo: Cabelo longo, presos com um amarrador, terno, gola alta, tipo índio, um pouco velho, mas muito charmoso. E, eu dançaria com ele tranquilamente. Quer dizer, eu tentaria, porque ele era um dos melhores bailarinos do local. E bem na hora que comecei a falar com ele o professor de tango resolveu ir embora e acabar com meus planos de sedução. haha. Em plenos 21 anos, em Buenos Aires num sábado a noite, eu, ao invés de estar curtindo um lugar para jovens, estava num lugar de velhos encalhados. Bruna, você é uma sem-noção.
Dia 2-1-11. Fiquei caminhando o dia todo, atrás das minhas amigas francesas e, depois de muita dedicação, encontrei-nas. Fomos caminhar por San Telmo, um bairro muy hermoso de Buenos Aires, óvio. Mas, precisava entrar na internet para saber sobre a passagem para Montevideo, e também queria falar com Nicolas Galagovski. Abandonei as meninas por um tempo, pensando que as reencontraria em alguns minutos no Café Tortoni, um dos pontos turísticos da cidade. Depois de me perder em La Boca, e correr até onde havia pessoas, e procurar o ponto de ônibus, e subir no onibus em direção ao centro, uma alegria. Pequena, mas válida. Fui pagar minha passagem. Que funciona assim: você coloca numa máquina dois pesos (em moeda) para pagar 1,25, por exemplo, e a máquina devolve os 75centavos. Bom, estava lá eu, colocando as moedas, e quando fui pegar meu troco, percebi que muitas outras pessoas tinham esquecido o troco ali. Quase 3 pesos que chegaram a mim por eu ser uma pessoa tão boa. Chegando ao café tortoni, não encontrei as meninas, então voltei para casa, porque estava muito cansada. Tomei banho e voltei a casa do Nico, para dormir lá, porque não queria continuar na casa do professor, ele era muito estranho.
Dia 3. Último dia de Buenos Aires.
Acordei cedo, fui ver a passagem para Montevideo, e o resto do dia passeei pela Recoleta, pelos lugares onde ainda não tinha ido, o cemitério, por exemplo. Quando estava cansada de caminhar, fui ao trabalho do Nico para encontra-lo já que meu onibus só sairia de Buenos Aires as 23h, então era bom que eu tivesse alguém pra conversar até essa hora... e subi até o andar onde ele trabalha, e grande surpresa: é maravilhoso. o andar tem um perfume agradável - creio que tem o objetivo de fazer com que os funcionários realmente funcionem. e uma equipe jovem e muito simpática. Esperei que o muchacho saísse do trampo, e fomos juntos a sua casa, esperamos até a hora de eu ir embora e ele foi me levar até o onibus, para ter certeza de que eu entraria e não voltaria a encomodar o sossego do seu lar.
Isso foi quase tudo sobre Buenos Aires. Talvez eu escreva mais coisas outros dias. O próximo post eu continuo sobre a viagem... Boa noite.

Comentários

Este es un dia especial...

Como ~NÃO~ posar num ensaio fotográfico de casamento

Estava lendo um texto do mestrado sobre "Como não aprender com as catástrofes". Um texto maçante, cheio de palavras desconhecidas e tal. O que eu pude entender da parte do texto que eu li: O processo de catastrofização das catástrofes, que são mediados pela vida política fazem da catástrofe um evento catastrófico. Foi daí que resolvi usar esse título para o post de hoje, misturando catástrofe, ensaio fotográfico, casamento e catastrofização. Falando sobre o ensaio... Foi no final de 2012, quando meu primo pediu que eu o acompanhasse, junto a um outro fotógrafo, para 'traduzir' as conversas entre eles e um dos melhores fotógrafos de casamento do mundo, o David Beckstead  (o link do site dele tá aí pra caso alguém quiser posar pra ele...). Acontece que eu estava adorando a ideia das fotografias e quando soube que a 'noiva' não poderia aparecer e depois dele dizer que eu poderia ser a modelo, eu 'brinquei' dizendo que 'bem que eu poderia ser a mo...

30 dias de ódio

Tava lendo o blog da Mariana, e aí que eu vi essa lista, esse desafio. É só responder com coisas que odeia, uma resposta por dia, mas, como é muito simples, vou responder tudo hoje igual ela fez no blog Pra mim você morreu . 1 - Um ódio que você acha que só você tem. Não tenho ódios exclusivos, ainda. Odeio me cortar com folha de papel sulfite. 2 - Uma habito que você odeia nas outras pessoas. Odeio quando as pessoas diminuem o sofrimento alheio. 3 - Uma música que você odeia. Odeio aquele funk "na 4X4 a gente zoa, wisky e energético..." 4 - Um ódio gastronômico. Odeio legumes e qualquer coisa crua. 5 - Uma citação que você odeia. "Pego mas não me apego" afe. 6 - Um cheiro que você odeia. Cheiro de peixe, no mercado. Odeio. 7 - Uma situação que você odeia estar. Odeio silêncio constrangedor. 8 - Uma giria que você odeia. "pexar", "tipo assim" 9 - Um sotaque que você odeia. Não gosto de sotaque carioca muito forte. 10...

Que me quedes tu, y me quedes tu abraço, y el béso que inventa a cada dia

Há um tempo atrás escrevi um texto - iria escrever textículo, mas aí que né, a cacofonia não compensa. "aumentar a logo nunca recompensa" - repetição, a banda mais repetitiva da cidade, nem sei porque lembrei disso. {comecei a ver o jogo, me emocionei com a saída do Ronaldo - nem sei porque, nunca gostei muito dele - torci pro Galvão ter dor de garganta e parar de fazer comentários dispensáveis, fiquei indignada que o Ronaldo não fez um gol no seu último jogo, com 3 chances na caaaaaara do gol, fui buscar minha mãe no trabalho e esqueci do blog, voltando.} Eu escrevi, como ia dizendo, um texto sobre a música do Teatro Mágico, olha aí: O QUE SE PERDE NUM PISCAR DE OLHOS Bruna Bechlin Queiroz Lopes ‘O que se perde quando os olhos piscam’ é uma música do Teatro Mágico, um grupo de artistas que fazem de poemas, música e poesia, carregam suas apresentações de arte. Como o vocalista diz ‘é uma desculpa para pessoas raras se encontrarem’ O mundo está tão dinâmico, ...

Rock in Rio e nossos amigos do Facebook

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Foi numa festa gelo e cuba libre

E na vitrola Whisky a Go Go... Boa semana minha gente, e... eu não sei o que contar como primeiro de abril. Nunca dão certo as minhas pegadinhas. Bem, e por falar em festa, sábado foi o aniversário da minha queridíssima amiga Cissa. ... O nome dela é Sissi! ... Lembro do Tiago, no Fepart de Pontal. :) Eu tava gatinha, até o Afonso derrubar cerveja no meu tutu - já era. Bom, a festa foi maneiraça e a galera perdeu a noção. Entramos como bailarina e soldado de chumbo e saímos, bem... não tão bonitinhos assim. A festa foi até as 5h e teve muita tequila, chops, premiações e air guittar - além de muitos tombos de uma guria que só ficava dando em cima do vocalista que não era pro bico dela. Depois disso a Larissa ofereceu rodadas de tequilas gratuitas, teve muita festa, muita música, um cara tava causando com todo mundo, e eu até pedi meu namorado em casamento. hahahahaha Foi uma beleza de festa. E agora estou sozinha, sem meu namorado que já está em Vitória, pronto pra começar o ...

Dos estados brasileiros se apresentam

Bem, minha irmã resolveu participar de um concurso de miss. E agora tem uma votação online! então, se puderem acessar o link Miss Turismo Destino Iguassu e votar na candidata do meio (não tem nome nas fotos, grande erro, mas é a Heloisa), seria muito bem para eu mostrar pra minha irmã que estou apoiando ela quando e no que ela quiser fazer da vida - mesmo que as pessoas duvidem das minhas posições feministas... Qualquer dia escrevo mais sobre feminismos e essas maravilhas do mundo.  Se houver alguma dúvida, minha irmã é essa aí: Ela merece! Ela merece! Ela merece! \o/ \o/ \o/ Agora, se quiserem ver uma foto dela sem maquiagem ela é assim: Beleza natural! \o/\o/\o/ Bem, é isso, votem na Helo, a foto do meio do site do concurso (nesse link , se precisam de novo!)