Para tentar esquecer

Eu me sinto uma farsa, parece que não sei coisas básicas que deveria saber. Tanto que estudei e nada sei. Não digo isso por humildade ou questões filosóficas do tipo "quanto mais aprendemos mais sabemos que falta muito pra aprender", apesar disso ser mesmo uma realidade... Mas, digo isso pela minha memória da faculdade. Quero esquecer esse trabalho que fiz que era pra falar sobre um poeta e eu nem lembro o que houve, na real, mas talvez tenha feito uma pesquisa supérflua e de última hora que resultou muito errado, depois meus colegas tiraram sarro - talvez até mesmo de maneira inocente, não sei - e que até hoje me sinto mal por ter feito isso e não ter conseguido me conciliar com tudo. Não lembro de nada desse dia a não ser uma vergonha impossível de superar. E, olhando para minha graduação, sinto que esse dia foi repetido, como se todo o tempo passado na graduação fora uma sucessão de erros e vergonha e meu nome jogado na lama porque eu fazia só o mínimo... Escrever isso agora me causa náuseas e tontura e essa é uma lembrança que me deixa decepcionada. E infelizmente essa lembrança se estende a todo o caminho percorrido anteriormente. 

Durante o mestrado eu acho que consegui superar um pouco esse trajeto de falhas, mas ainda acho que poderia, na real, deveria ter aproveitado mais, mas talvez tenha chegado ao máximo que pude. Somente durante a especialização (que fiz depois do mestrado) é que consegui atingir o que esperava de mim. Mas, apesar de eu ter esse consolo, ainda não consigo esquecer esse passado "acadêmico" de falhas... Quero esquecer essas falhas e focar nas coisas boas, mas é algo muito difícil de realizar. O fantasma do passado não me libera para viver o presente.

Ah, lembrei que tenho um marcador chamado "catástrofes" e, bem, preciso marcar ele esse ano, porque se daqui a um tempo eu voltar a ver isso e não perceber nada escrito sobre o COVID 19 aqui no blog vou ficar me cobrando "mas, mulher, teve tanto tempo e não escreveu nada, nadinha sobre isso no seu blog??". Viu, eu do futuro?! Tá feliz?! Escrevi no blog sobre temas atuais. É quase nada, mas é o que conseguimos fazer com a realidade em que vivemos.